14 de novembro de 2012

8ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária


Ascom Senar-PB
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Peças variadas em cerâmica, como pratos e panelas, e ainda esculturas inspiradas pelos animais e pela paisagem do agreste paraibano. A arte de Sérgio da Silva Teófilo, 32, da Comunidade Quilombola Cruz da Menina, no município de Dona Inês, a 155 km de João Pessoa, estará exposta, e à venda, na 8ª edição da Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária (Fenafra) – Brasil Rural Contemporâneo 2012, promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O artesão será um dos 15 representantes da cultura paraibana na Feira, que será realizada de 21 a 25 de novembro na Marina da Glória, no Rio de Janeiro (RJ), e reunirá a diversificada produção de comunidades da agricultura familiar, assentamentos da reforma agrária, pescadores artesanais, extrativistas, indígenas e quilombolas de todo o país. As demais comunidades paraibanas também vão levar para as terras cariocas renda renascença e labirinto, esculturas em madeira e fibra de coqueiro, castanha de caju, doces artesanais de frutas, e até maracá, peneiras, cestos, colares, arcos e flechas do artesanato indígena Potiguara, da Baía da Traição.
Ansioso por conhecer o Rio de Janeiro, Sérgio Teófilo espera repetir a façanha da 7ª edição da Fenafra, realizada em Brasília, em 2010, onde o artesão vendeu em apenas dois dias as 120 peças que esperava vender nos cinco dias da Feira.
“A emoção foi muito grande porque não imaginava que tantas pessoas iam gostar das minhas peças. Elas chegavam, diziam que acharam bonito, compravam e perguntavam de onde eu vinha, qual a minha região”, contou Sérgio Teófilo, que já expôs arte em salões de artesanato promovidos pelo Governo da Paraíba em João Pessoa e em Campina Grande.
Sérgio Teófilo revelou que quando começou a participar de feiras de artesanato tinha receio de não encontrar comprador para as peças. “Agora me sinto no meio dos artistas”, afirmou.
Herança dos antepassados
Sérgio herdou do bisavô e do pai José Francisco Teófilo, 56, a tradição de transformar a argila em utensílios domésticos e em arte, e, assim como seus antepassados, começou a vender o que criava na feira livre do município de 10 mil habitantes. Sem muitos compradores para os potes, panelas e fogareiros, o então adolescente passou a criar esculturas representando homens e mulheres do campo, bem como representando as árvores e animais que o cercavam.
A produção é queimada em um pequeno forno a gás, adquirido com recursos próprios, que alcança até 850 graus e tem capacidade para até 120 peças pequenas a cada vez.
Sérgio se dedica ao trabalho com a argila, coletada na própria comunidade, nas horas vagas, quando não está trabalhando nos roçados de feijão, milho, batata, mandioca, jerimum, tomate e coentro. O feijão e o milho são vendidos a atravessadores, e o restante é para o consumo da família, que
tem como maior fonte de renda as peças de cerâmica.
A Feira
A 8ª edição da Fenafra, o maior evento da agricultura familiar brasileira, reunirá, em cinco dias, 650 empreendimentos em vários espaços montados em uma área de 40 mil m2.
Os visitantes da Feira poderão conhecer a grande variedade de cores e texturas do artesanato brasileiro, experimentar os sabores do Cerrado, da Amazônia, da Caatinga, dos vinhos, cachaças, queijos produzidos pelas mãos das mulheres e homens do campo. A programação inclui ainda shows com sons carregados de identidade que representam cada canto do país.
A produção será distribuída em estandes individuais e coletivos, distribuídos em cinco ambientes que reproduzem estilos e características das regiões Centro-Oeste, Norte, Nordeste, Sudeste e Sul.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Superintendência Regional do Incra da Paraíba