30 de janeiro de 2013

Família de Nova Floresta investe em horta orgânica


Ascom Senar-PB
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Mesmo com a estiagem prolongada verificada em toda a região do Curimataú, no Sitio Estrondo, em Nova Floresta, o agricultor familiar Ambrósio Dantas, pai de oito filhos, é modelo na produção de hortaliça orgânica com uso racional de água. Ele também tem colocado em prática ações de convivência com a estiagem, o que garante o atendimento ao mercado que consome seus produtos.
Há 15 anos, a família decidiu cultivar hortaliças, em pequena quantidade, de coentro e alface, em uma área de 600 metros quadrados. Juntou dinheiro e comprou mais um pedaço de terreno anexo, até que no ano de 2006 já tinha uma área de meio hectare de terra. Com a orientação da Emater, que vem acompanhando e orientando o produtor deste o primeiro momento, obteve a aprovação de contratos do Pronaf, podendo ampliar o cultivo das hortaliças, como cebolinha, rúcula, rabanete, hortelã, pimenta, couve, cenoura, beterraba, pimentão, agrião, berinjela, jiló, espinafre, abobrinha, maxixe, couve-flor, brócolis.
Para conviver com período de estiagem, o agricultor construiu um poço tubular que garante armazenamento de água e mantém a produção mesmo em período de poucas chuvas. Já existe no sítio um poço amazonas, que também garante segurança hídrica e, com isso, mantém as hortaliças em quantidade suficiente para atender a freguesia durante todo o período do ano.
O uso racional da água, inclusive durante o atual período, está permitindo cultivar verduras, mesmo em menor escala. Segundo Ambrósio Dantas, em período de inverno regular a produção é duplicada para atender a clientela que frequenta sua quitanda e também as feiras livres de cidades vizinhas, inclusive no Rio Grande do Norte.
O agricultor recorda que, no início de sua atividade, a irrigação era feita com o uso de regador manual ou mangueira, com desperdício de água e muito esforço. Neste período, ele também enfrentava dificuldade para comprar sementes e adubo. Com a orientação da Emater Paraíba, por meio do escritório local, a situação se inverteu.
Boas práticas e boa safra – O cuidado com as práticas culturais tem garantido ao agricultor conquistar novos consumidores, usando material orgânico, tudo acompanhado por extensionistas rurais. “Aqui, nada de agrotóxico. Temos um bom produto. Talvez por isso famílias, inclusive de outras cidades, vêm comprar conosco”, disse.
Para evitar a presença de pragas, o agricultor foi orientado a fazer o controle de rotação de cultura. “As boas práticas de manejo usadas com eficiência têm apresentado excelente resultados”, explicou Audivam Azevedo, técnico que incentiva o agricultor e acompanha o projeto.
O agricultor recorda que no início tinha dificuldade de acesso ao crédito e decidiu procurar a Emater. Depois de ouvir explicações sobre a maneira correta de cultivo de hortaliças, aceitou que fosse feito projeto de financiamento usando recursos do Pronaf. A princípio houve receio por parte do agente financeiro, mas devido à insistência do extensionista, o projeto foi aceito e executado com eficiência.
Segundo Audivan, o projeto deu certo porque contou com as pessoas que acreditavam naquilo que escolheram e seguiram as orientações. Esse projeto já foi apresentado em duas oportunidades como modelo para outros agricultores familiares: na cidade do Conde, em 2007, durante o Congresso Agroecológico, e em Patos, no ano de 2009.
Ampliação – Mesmo trabalhando em um hectare de terra junto ao quintal de sua casa, Ambrósio já projeta ampliar a produção de hortaliças. Ele já está com duas estufas, onde produz as mudas. O sistema permite uma incidência de 50% de luz para melhor possibilitar a germinação e crescimento das mudas. Depois desse estágio, entra na fase de aclimatação fora das estufas até atingir a fase ideal de ser plantada em definitivo no campo.
Ele também prepara plantio de maracujá, que usa como mais uma fonte de renda, e acredita nos resultados positivos, tendo em vista que se trata de uma região propícia a esse tipo de cultura. Para o agricultor, o segredo do sucesso é manter a família unida e integrada ao projeto, trabalhando com dedicação. “A unidade da família é o fundamental para o crescimento e o fortalecimento do projeto”, disse.
Quem cuida do projeto é o seu filho Denis Ciriaco Guedes Dantas, técnico agrícola. “Hoje estou dando ao meu pai por tudo aquilo que ele possibilitou eu ter. Ele me deu suporte para estudar e me formar”, reconhece. Cuidando das hortaliças, Denis disse que está buscando cada vez mais informações para melhorar a qualidade dos produtos e cuidar dos negócios, já que ao lado da casa a família montou um ponto de venda.
Fonte: Secom-PB