14 de outubro de 2013

Pesquisadores produzem inseticida de baixa toxicidade


Ascom Senar-PB
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Com o objetivo de combater mosquitos da dengue, aranhas-marrom e escorpiões amarelos, entre outras pragas, o Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR) está produzindo inseticida totalmente novo no mercado. A fórmula poderá ser uma revolução, pois é fabricada a partir de uma mistura de compostos isolados de plantas — de nomes não revelados, por questões de patente — e, promete ser menos tóxica que os outros inseticidas convencionais. O estudo, que já dura mais de um ano e meio, está sendo feito sob a orientação do professor do Departamento de Química da UFPR, Francisco de Assis Marques.
O novo pesticida tem apresentado potencial para substituir uma série de compostos sintéticos que são usados atualmente para o controle de pragas agrícolas e florestais. De acordo com Marques, a inovação do inseticida se encontra na, até então, baixa toxicidade aos seres humanos e à animais aquáticos.
“Temos essa preocupação, pois, no caso de pesticidas empregados para o controle de pragas agrícolas e florestais tradicionais, os compostos podem atingir rios, lagos, lençóis freáticos e causar grande impacto nos organismos aquáticos”, explica.
Eficácia no combate da dengue
O novo inseticida também apresenta potencial para o controle das larvas do mosquito da dengue (Aedes aegypti). “A nova fórmula é baseada na junção de dois inseticidas — um que se apresenta como uma mistura de compostos naturais, para combater o mosquito adulto da dengue; e o outro, sintético, para o combate das larvas do Aedes aegypti”, explica Marques. Os compostos naturais, isoladamente, são utilizados em aromatizantes ou em perfumes, mas, na mistura, tornam-se eficientes para o controle de algumas pragas.
O professor de Zoologia da UFPR, Mário Antônio Navarro Silva, fala que os inseticidas atuais são direcionados ou às larvas, ou aos mosquitos adultos da dengue. Mas deve-se ficar atento a eficácia dessas substâncias tradicionais. “A utilização contínua de um mesmo produto terá como efeito colateral a seleção de mosquitos resistentes. Com isso, mais produto terá que ser utilizado para atingir o objetivo”, explica. No combate de mosquitos adultos, há menos substâncias à disposição no mercado, ficando ainda mais difícil combater essa população.
O produto também tem se mostrado eficiente no controle de outros insetos, como a formiga cortadeira, pulgão-gigante-do-Pinus, percevejo bronzeado do Eucalipto, aranha-marrom e escorpião amarelo.
Ainda sem previsões de chegar ao mercado, os novos pesticidas estão em estágio de aperfeiçoamento. “Uma nova fase dos estudos envolvendo a determinação da toxicidade dos pesticidas aos seres humanos e o seu mecanismo de ação está sendo iniciada e deve contar com o apoio do setor privado”, anuncia Marques
Para eles, o resultado dos estudos é de grande importância. “Em um cenário mundial de uso desenfreado de inseticidas que causam problemas ambientais, é interessante a produção desses novos produtos com baixa toxicidade”, aponta. Com a fórmula já patenteada, os resultados devem ser publicados em breve.

Fonte: Universidade Federal do Paraná