4 de abril de 2016

Conteúdo é importante, mas troca de experiências é o que faz a diferença


Ascom Senar-PB
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Avaliam instrutores do SENAR que participaram da capacitação tecnológica em Reprodução e Biotecnologia da Reprodução de Ovinosrealizada em Brasília

Aprender com o outro a fazer diferente. Esse foi o ponto alto da Capacitação Tecnológica em Reprodução e Biotecnologia da Reprodução de Ovinos, segundo os 22 instrutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) de 19 estados (Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo, Alagoas, Goiás, Distrito Federal, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Sergipe, Maranhão, Pará, Bahia, Piauí, Santa Catarina, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul e Tocantins). A capacitação foi realizada numa propriedade rural parceira do SENAR, localizada na divisa entre o estado de Goiás e o Distrito Federal.

“O SENAR se preocupa em sempre qualificar seus instrutores para levar informação de qualidade ao produtor rural e essa capacitação foi extremamente rica não só pelo que foi ministrado, mas pelas trocas que aproximaram os profissionais e garantiram que saíssem querendo fomentar ações para melhorar o setor produtivo”, pondera a assessora técnica da entidade, Thais Carrazza.

Para os instrutores, a troca de experiências vai fazer a diferença na ponta, quando forem ministrar os treinamentos para os produtores rurais.

“Nessa capacitação conhecemos outras realidades e fizemos as informações circularem. Trocamos conhecimento e percebemos que às vezes a gente fica batendo cabeça tentando resolver uma coisa que em outro estado já se pratica. Ou seja, podemos copiar modelos levando para nosso estado experiências que deram certo em outro lugar”, afirma Ana Cristina Andrade Bezerra, do Mato Grosso do Sul.  Segundo ela, o contato com realidades diferentes incentivou o grupo a criar um documento com sugestões para serem aplicadas nas capacitações da ovinocultura nos estados.

Ana Cristina.

Ana Cristina.

“Vamos propor ao SENAR fazer uma reunião com técnicos ligados à cadeia para desenharmos um esqueleto de produção que possa ser adequado à realidade de cada região do País”, explica Ana Cristina. “Um exemplo seria a estação de monta que exige a observação de vários fatores como sazonalidade, etc. Com um modelo, podemos dar direcionamento para os treinamentos em cada região, fazendo apenas a uniformidade de parâmetros”, acredita. A instrutora também sugeriu um encontro anual dos instrutores da ovinocultura para troca de experiências.

Quem também acredita na necessidade dessas trocas e no nivelamento dos instrutores é o capixaba Edizio Santos. No SENAR Espírito Santo há quase 10 anos, ele percebe a ovinocultura como uma área próspera, mas que ainda exige organização para se desenvolver. “O produtor precisar tornar a propriedade tecnicamente viável para a produção e nós que somos capacitados para isso, precisamos dar suporte para que ele produza de forma mais eficiente. Hoje importamos do Uruguai e da Argentina, mas temos capacitação, temos área, deveríamos estar exportando. Na realidade, a ovinocultura é uma atividade consolidada, mas precisa de organização” avalia.

Edizio Santos.

Edizio Santos.

Para Santos, a cadeia tem produtos (lã, carne, leite) em que cada um tem sua especificidade e valor agregado diferente da bovinocultura, por exemplo, que é uma cadeia culturalmente mais consumida no Brasil. “A questão é que são produtos que acabam saindo mais caros porque a produção ainda é baixa no País, hoje há 17 milhões de ovinos em todo o Brasil. Um dos gargalos da ovinocultura atualmente é não ter a quantidade suficiente de cordeiros para suprir o mercado,” explica.

Em relação à baixa produção de ovinos no Brasil, o instrutor José Marinho Montes, de Goiás, destaca a importância do SENAR fazer parcerias para incentivar o produtor. “Parcerias com órgãos responsáveis são sempre bem vindas para contribuir com o desenvolvimento do setor. Em Goiás, estamos sempre incentivando os produtores a investirem na atividade e a buscarem despertar o consumidor interno para as qualidades da carne ovina.”

Melhorias para o setor

Durante a semana, o assessor técnico da Comissão Nacional de Ovinos e Caprinos da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rafael Linhares, esteve com os instrutores. Ele conversou com os alunos do Curso de Reprodução de Ovinos, oferecido em parceria com o SENAR.

Ele apresentou as ações da Comissão de Caprinos e Ovinos da CNA previstas para 2016 Segundo o assessor técnico, entre as ações apresentadas, a Comissão terá como base o Diagnóstico Nacional da Ovino Caprinocultura que apontou, em 2011, as principais demandas do setor. As demandas foram avaliadas e contribuirão para elaboração de um plano nacional de desenvolvimento da cadeia. Além disso, pretende-se revisar o Programa Nacional de Sanidade de Caprinos e Ovinos – PNSCO e realizar os painéis Campo Futuro específico para ovinos e caprinos.

“É uma oportunidade falar para técnicos multiplicadores de regionais SENAR sobre as ações da Comissão em prol da ovino e caprinocultura nacional. Percebi o elevado nível técnico que o curso está proporcionando”, disse Rafael Linhares.

Produção nacional

 Diferente do que acontece no Sul e no Nordeste onde se concentra a produção de ovinos no País, a região Centro-Oeste não tem uma produção significativa, explica o médico veterinário Erbert Correia Araújo, que participou da capacitação para contar sua experiência como produtor de ovinos em Goiás. “No Centro-Oeste não há um modelo de produção pronto, por isso, estamos construindo um com base no que é feito no Sul e no Nordeste. Desenvolver algo assim não é fácil porque exige no mínimo um ano para se avaliar o que está sendo produzido, principalmente na pecuária. Mas estamos confiantes, já temos um modelo escrito que está passando por avaliação e esperamos investir na ovinocultura de corte, que está se mostrando a solução para a cadeia no País inteiro”, afirma.

Erbert Correia.

Erbert Correia.

Segundo Araújo, a participação do SENAR nesse processo de organização da cadeia de ovinos é importante e fundamental. “O SENAR é uma das figuras mais importantes desse processo e, como entidade educadora, vai contribuir para o desenvolvimento do setor.”

No Rio Grande do Sul, um dos maiores produtores de ovinos do País, o SENAR atua com a oferta de 11 cursos em diversas áreas. Nos últimos anos, a produção de lã, produto com maior visibilidade, perdeu espaço para a lã sintética, em que o custo da produção é menor em relação à natural. Porém, segundo o instrutor Eduardo Amato Bernhard, de 2015 para cá, os produtores locais se motivaram porque houve um incremento do valor da lã natural. “A produção em 2015 passou de 4 milhões de animais. O mercado percebeu os diferenciais do animal gaúcho e a produção voltou a aquecer.”

A capacitação teve duração de 33 horas, dividida em aulas práticas e teóricas. Na sexta-feira (1º), os instrutores fizeram aulas de laboratório, para avaliação andrológica de Sêmen, praticaram no aparelho de ultrassom com ovelhas prenhas e ainda acompanharam a realização de um parto.

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Outras cadeias – O SENAR conta com mais nove capacitações tecnológicas nas cadeias da Silvicultura, Heveicultura, Floricultura, Ovinocultura, Piscicultura, Bovinocultura de leite e de corte, Suinocultura e Integração Lavoura-pecuária-floresta (ILPF). Os cursos são ofertados também a distância via portal EaD SENAR. São destinados a produtores, trabalhadores rurais e profissionais que possuam formação técnica/superior em áreas relacionadas às Ciências Agrárias. Em 2015, a capacitação EaD em Ovinocultura teve, nos dois cursos ofertados (Produção e Comercialização da Carne Ovina e Pastagem para Ovinocultura), mais de 3,9 mil participantes. Para mais informações sobre as capacitações, acesse www.senar.org.br/ead

 

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Fotos de Tony Oliveira.