21 de fevereiro de 2018

Pecuaristas agregam valor à produção e investem no comércio online com ajuda do SENAR


Jocélio Oliveira
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Casal fez curso do SENAR e hoje investe em cortes especiais de carneiro

Num ambiente em que o clima não ajuda, ter conhecimento é essencial para produzir e sobreviver. É a cerca de 225 quilômetros de João Pessoa, na Fazenda Pendências Carminha, em Juazeirinho, no Cariri, que o casal de produtores José Odon de Macedo Torres e Fransueide Queiroz de Medeiros Torres convive com chuvas 52,5% abaixo da média. Até meados de dezembro de 2017 foram apenas 248,1mm, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), 274 a menos que a média histórica.

A produção de leite de cabra e carne ovina até foi afetada, mas o que poderia inviabilizar o negócio está sendo superado com gestão e técnica agregando valor aos produtos. Juntos, Odon e Fransueide fizeram oito cursos e treinamentos do SENAR, mas três deles têm sido essenciais. Dois tiveram foco em gestão: o Programa Empreendedor Rural e o Negócio Certo Rural, e o outro foi de cortes especiais de caprinos e ovinos.

“A seca existe, mas é preciso buscar meios de superá-la. Hoje eu compro animais de outros criadores para o abate, o que já ajuda a estimular o mercado local e me ajuda a atender minha demanda. Com o beneficiamento e os cortes especiais, eu chego a dobrar o valor do animal, que em média eu adquiro a R$ 150 na cidade de Santa Luzia”, explica Odon.

São 18 variedades de cortes especiais

Por causa da rentabilidade, a produção de carne está se tornando a principal atividade da fazenda, que tem 219 hectares totais. A variedade de cortes, entre especiais e tradicionais, chega a 18 e vão do carré à buchada. Mas a produção de derivados do leite não foi deixada de lado. São quatro variedades de queijos de cabra, como o defumado e um com vinho, além da manteiga de garrafa e do requeijão.

A rotina do trabalho é intensa e variada. Os produtos são distribuídos na segunda pelo próprio casal, que retorna à Juazeirinho no dia seguinte fazendo a compra do leite de cabra de outros criadores, cujo litro é adquirido por R$ 1,50. No pico da produção, eles chegam a processar 500 litros de leite por semana, mas atualmente está em 300. Com isso, a quantidade de peças de queijo varia entre 100 e 180 também semanais. Da quinta em diante, o trabalho é dedicado à carne.

Tudo é comercializado em pelo menos seis municípios do Estado, entre eles a capital. “A qualificação que recebemos foi de grande valia.  A gente conseguiu se aprimorar mais e colocar os nossos produtos dentro do mercado de João Pessoa, por exemplo”, comentou Fransueide

O crescimento do negócio já começou a atrair outros membros da família para os negócios do agro. Larissa Torres, enfermeira e filha do casal, deixou a carreira na área de saúde de lado e agora é empresária. Há poucos meses, ela e um tio abriram a “Casa do Cariri” e vendem não só os produtos da Fazenda Carminha, mas também de outros agricultores da região como ovos e mel.

Larissa Torres

“Comecei a atuar em enfermagem, mas hoje acho melhor atuar no agronegócio e pretendo permanecer nele. Acho que essa área é viável, também fiz cursos de corte e queijos e quero investir”, resumiu Larissa, que ao assumir uma posição na cadeia produtiva construída pelos pais, contribui com outro fenômeno importante no setor, que é o fortalecimento da sucessão familiar.

A constante busca pela qualificação é destacada pelo chefe do Departamento de Educação Profissional e Promoção Social do SENAR, Carlos Alberto Patrício, como um dos principais itens para o alcance do sucesso na atividade. Segundo ele, o mercado exige competência técnica não só dos gestores, mas de todas as pessoas envolvidas no processo produtivo.

“Quem quiser se firmar e se manter precisa estar alinhado ao profissionalismo exigido. No setor agropecuário não é diferente e o SENAR tem feito a diferença quando treina profissionais das mais diversas áreas produtivas, visando seu melhor desempenho, que naturalmente desemboca em maior produtividade, qualidade, apresentação e agregação de valor ao que se produz, a exemplo do caso do produtor José Odon”, avalia.

Além do ponto físico, as vendas também são feitas por meio das redes sociais (instagram, facebook, por exemplo) e isso é só o começo. “A gente pensa até em fazer um aplicativo para facilitar o comércio”, revela Odon.

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