3 de janeiro de 2014

Preços em elevação animam criadores para temporada de ovinos


Ascom Senar-PB
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Com grande número de eventos realizados no final de 2013 e que continuarão ao longo dos meses de janeiro e fevereiro, a temporada de feiras de ovinos do Rio Grande do Sul tem demonstrado que a atividade vem consolidando a retomada de fôlego dos últimos anos depois de quedas de produção desde os anos 1970. Nos eventos já realizados, os representantes do setor comemoram os resultados em pista na venda dos animais.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos (Arco), Paulo Schwab, adianta que nas feiras de primavera, que são mais fortes na venda de bovinos, já houve procura por ovinos, o que mostrou que o mercado está aquecido. Os eventos realizados no mês de dezembro foram animadores para os eventos da virada do ano. “Estamos trabalhando com preços do cordeiro a R$ 5,00 o quilo vivo. O mercado ovino está superior ao preço do boi e acreditamos que vai continuar mais alto em 2014”, avalia.
Considerada a principal feira de ovinos do Estado, a Feovelha, de Pinheiro Machado, que será realizada de 29 de janeiro a 2 de fevereiro, espera repetir o número de animais do evento de 2013, que chegou a 7 mil, e superar em 10% as vendas do ano passado, que foram de R$ 1,5 milhão. O otimismo se dá por causa da demanda pela carne, que tem aumentado, além dos preços pagos no mercado internacional pela lã. “Na lã temos preços superiores quase 20% em relação há um ano, chegando a R$ 7 o quilo”, destaca o tesoureiro do Sindicato Rural do município, Max Soares Garcia.
O reflexo do bom momento da ovinocultura, de acordo com Schwab, passa também pelo incentivo do governo do Estado, por meio do programa Mais Ovinos no Campo, lançado em fevereiro de 2011, e que já liberou quase 70% dos R$ 100 milhões destinados para a retenção de matrizes. Com isso, o rebanho gaúcho chegou a 4,1 milhões de cabeças em um total de 17 milhões em todo o Brasil.
Entretanto, o consumo per capta ainda é tímido, conforme o presidente da Arco. Hoje, em média, cada brasileiro consome cerca de 400 gramas de carne ovina por ano. Para atender à demanda, ainda é preciso importar o produto do Uruguai, que envia cerca de 7 mil toneladas em média anual para o Brasil. “Para chegarmos a um consumo de 2,5 quilos por habitante ao ano, o que já é pouco, precisamos de um rebanho de mais de 50 milhões de cabeças no País”, estima Schwab.
O dirigente também acredita que um dos passos para o avanço da cadeia produtiva no País é conter a informalidade nos abates do setor, que chegam a 92% no Brasil e 75% no Rio Grande do Sul.
Canal do Produtor : Adaptada